quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"A GEOGRAFIA - ISSO SERVE, EM PRIMEIRO LUGAR, PARA FAZER A GUERRA".


"DUAS VISÕES - A MESMA GEOGRAFIA".

Com a leitura atenta do livro: “A Geografia – Isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra”, de Yves Lacoste, se torna possível dividi-lo em fases, uma vez que o livro é uma coletânea de artigos e de manuscritos feitos em um longo período. Essas fases correspondem aos temas propostos pelo autor, nos quais ele expõe seu ponto de vista, bem como, busca apontar saídas para os “problemas da geografia”.O conceito de “região” - segundo o autor, a região vidaliana representou e representa ainda um conceito problema dentro da análise do espaço geográfico, pois se apresenta de forma descritiva, deixando de lado toda problemática política, econômica, cultural e social, porém isso não quer dizer que ela não tenha sua importância – dentro do contexto histórico – e nem que Vidal de La Blache ignorasse essas problemáticas, que são apontadas no livro “A França de Leste”.Lacoste aponta as “influências marxistas” como de pouca profundidade, quando não totalmente inúteis dentro da geografia, para tanto se utiliza do fato de que Marx pouco se importou com o espaço – ele estaria mais interessado no tempo através da história – analisando somente as questões econômicas e as relações de poder. Porém não se pode ignorar as contribuições marxistas para a “geografia humana”, que trouxeram de volta as questões sociais e políticas.A “geografia aplicada” e a “New Geography”, neste tema é retratado um novo direcionamento da geografia, uma vez que a ligaria as “ciências exatas”, através de dados matemáticos e físicos. As pesquisas nestas áreas buscam um conhecimento estratégico que servem aos detentores do poder (econômico, político, comercial), mas tratam os pesquisadores como proletários, além de tirar qualquer autonomia sobre as pesquisas e os seus resultados.O autor propõe a “análise diferencial” e desenvolve seu conceito, como a forma mais coerente de analisar e compreender o espaço geográfico. Através de exemplos é colocado aos leitores inúmeras vertentes que interferem sobre o espaço geográfico pesquisado e através da análise diferencial a forma de detectar as origens dessas vertentes; bem como suas áreas de intersecção.Para o autor a “crise da geografia” se origina no conceito de “região”, de La Blache, que fora apoiado pelos historiadores, e assegurava uma geografia apolítica, em decorrência disto, a geografia tomou um caráter enciclopédico, direcionando-se para formação de professores e recusando seu discurso político estratégico, que foi durante muito tempo sua razão de existência.Segundo Lacoste, a “solução” para crise da geografia está na retomada do discurso político e estratégico, na união entre homens – geógrafos ou não – em torno da análise do espaço geográfico onde os fatores econômicos, culturais, geográficos, políticos, entre outros, interferem na vida de cada pessoa.Devemos estar atentos para o fato de que Yves Lacoste, esta analisando a geografia da França, e devido a este fato, podemos somente verificar a ocorrência de certas questões dentro do espaço analisado, pois as mesmas tiveram influência menor, ou não influíram, em outros países – esse é o caso do Brasil onde, Milton Santos, mesmo tendo influências marxistas elaborou inúmeros trabalhos de reconhecido valor, na análise do espaço geográfico. Além de ser a “geografia aplicada”, utilizada em larga escala por todos os países, como fundamental meio de planejamento público (devemos levar em consideração que todos os países são obrigados pela ONU a ter um instituto de pesquisa geográfica e estatística); e que os trabalhos de geografia física obtiveram melhores resultados após os investimentos e descobertas gerados pela “New Geography”.A Geografia, como estudo, pesquisa, profissão e conhecimento, é capaz de romper com as formas de alienação e devido ao seu caráter estratégico, serve em primeiro lugar para fazer a guerra.

Por: S.F. Manfrin.

LACOSTE, YVES“A GEOGRAFIA – ISSO SERVE, EM PRIMEIRO LUGAR, PARA FAZER A GUERRA”. - 13ª EDIÇÃO – ED. PAPIRUS – CAMPINAS.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Novo Super man

Barack Hussein Obama

No dia 04 de novembro de 2008 jornais brasileiros exaltam o sistema eleitoral norte-americano dizendo que, esta nação grandiosa não necessita de TSE para validar as eleições, a própria mídia tem esse papel nos Estados Unidos, garantindo a democracia e a tal “liberdade de expressão”. Contudo vemos mais uma vez nossos jornais rebaixando o Brasil diante da Águia do Norte, uma prática que acompanha nossa história.

Mas o que pretendo tratar não é sobre o sistema eleitoral e nem da mídia brasileira com suas bizarras matérias. Pretendo argumentar sobre o homem vitorioso desta eleição, Barack Hussein Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

O nome “Hussein” não era muito amigável dos norte-americanos há uns tempos atrás. Portanto agora o camarada “Hussein”, é um dos homens mais conhecidos do mundo, surgindo pra resgatar a imagem de seu país perante o resto do mundo, um sujeito que traz simpatia de diversas bandeiras, principalmente a dos movimentos negros. É impressionante como de um dia para o outro o mundo cria um herói para esquecer as atrocidades de uma nação que tortura pessoas no Iraque e na fortaleza de Guantanamo em Cuba.

Mas o que pretendo relatar é um pedido para que todas as bandeiras e movimentos sociais tenham cautela, pois Obama será o presidente dos Estados Unidos e governará juntamente com as mesmas corporações que estiveram com Bush e outros governos. Observe seu nome novamente, Barack Hussein Obama, isso conota uma aproximação lingüística e cultural com os povos islâmicos e africanos, portanto podemos sugerir que seu governo poderá estabelcer relações próximas com países periféricos, mais isso é somente uma suposição. Lógico que essas relações será de país dominante para dominado. Seu governo nem começou de fato, não tem como realizar profecias de como será sua estádia na Casa Branca.

Só posso dizer que não é o momento de acreditar em heróis para solucionar a crise financeira ou a segregação racial. No mundo globalizado as atrocidades são resolvidas por personagens para que os oprimidos mantenham-se quietos. Sendo assim as soluções jamais serão realizadas apartir da crença no Herói.

Cuidado!


Thiago Neves do Vale

Estudante de Geografia