quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Será o fim do Neoliberalismo?

Ben Bernanke presidente do Fed em discusso no congresso
Fonte:http://washingtontimes.com/news/2008/sep/24/bernanke-fed-will-act-needed-help/
Acesso em 26/09/2008


"De todos los éxitos pero también de toda las crisis que en estos momentos sacuden a nuestro planeta, esta surgiendo un mundo nuevo. Tenemos que preparar, tenemos que cosntruir juntos este mundo nuevo...Reconstruyamos juntos un capitalismo reglamentado que no esté en gran parte sometido al mero criterio de los operadores del mercado,..." (Discusso do Presidente Frances Nicolas Sarkozy na Assembléia Geral da ONU 23/09/2008"

Fonte:http://www.un.org/ga/63/generaldebate/pdf/france-fr.pdf

Acesso em 27/09/2008



... por Thiago Neves do Vale


Os Estados Unidos enfrentam uma das piores crises financeiras da sua história. Empresas que pareciam inabaláveis como AIG, Merrill Lynch e Lehman Brothers foram tragadas pela crise. Os mercados pedem socorro, e a ajuda é imediata.

“Logo após os mais recentes capítulos da crise financeira, os bancos centrais do mundo inteiro entraram em ação, injetando um grande volume de recursos nos mercados. O Fed iniciou a onda, colocando na praça cerca de 70 bilhões de dólares. Foi seguido pelo Banco Central Europeu (99 bilhões) e por seus pares asiáticos (17 bilhões de dólares)”.(Revista Exame ed 927 nº18 24/09/2008)

Essa ação, do grande império norte-americano, causa um certo desconforto nos defensores do Neoliberalismo. Será que esse sistema, surgido a partir do segundo choque do petróleo (1979-80), e que fez a economia global crescer por décadas, poderá ter um fim?

Lógico que para os defensores, isso jamais acontecerá. Mas devemos lembrar que é a partir do caos que as mudanças chegam, e mudam o cenário da política mundial e a forma dos mercados financeiros. A crise de 1929 estabeleceu mudanças profundas. O estabelecimento do “Estado de bem estar social”, foi uma saída encontrada no caos da década de 30.

“Durante os anos 30, todos os paises capitalistas sofreram a mais profunda e a mais longa crise de conjuntura, com conseqüências catastróficas para as classes trabalhadoras. A queda desastrosa da atividade econômica ocasionou uma revolução no pensamento econômico: surgiu (em 1936) uma doutrina proposta por Keynes, o mais prestigiado economista da época, que atribuía a crise à deficiência da procura efetiva (a demanda solvável) e propunha como solução a expansão das compras do setor público para desencadear uma multiplicação da procura privada que absorvesse o excesso de mercadorias e assim induzisse as empresas a aumentar o emprego e a produção.” (SINGER, 1993)

Partindo dessa idéia, será agora o fim do Neoliberalismo?

Sinais do caos estão sendo apresentados todos os dias, em jornais e revistas do mundo inteiro. A presença do atual presidente dos Estados Unidos, George. W. Bush, em rede aberta de televisão, pedindo para o congresso agir e aprovar o pacote de 700 Bilhões de dólares, para salvar o mercado financeiro e evitar a quebradeira dos bancos, mostra claramente à atuação da política na economia. Justamente o oposto da ideologia neoliberal que estabelece a diminuição do Estado.

“O governo não é a parte da solução. O governo é o problema”, dizia Ronald Reagan, presidente de 1981 a 1989, figura emblemática dessa política junto com Margaret Thatcher, a Dama de ferro, primeira ministra de 1979 a 1990, que combateu os sindicatos e ampliou as privatizações na Inglaterra. O neoliberalismo também produziu seus contrastes, e seus dias poderão estar contados. Se o pacote for aprovado, será apenas um adiamento do caos. Devemos lembrar que a história sempre nos mostrou que é do estado de calamidade, que o mundo sofre suas mudanças.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Escola Prisão

Fonte: "Revista Nova Escola ed 200 março de 2007"



por Thiago Neves do Vale

“Para entrar na escola, é preciso se dirigir a um guichê gradeado, onde uma funcionária pouco sorridente pede dados aos visitantes. Em seguida, ouve-se o barulho de um molho pesado de chaves saindo do bolso. Outro funcionário, também sem mostrar os dentes, abre um grande portão de ferro. O cenário impressiona. Há grades por todos os lados, a sala de informática mais parece uma cela (tudo isso para proteger o patrimônio...)” (Revista Nova Escola ed 200, março de 2007)

As edificações das escolas publicas refletem os problemas de comportamento dos alunos. Se nem mesmo nós adultos suportamos ficar em um lugar assim, como podemos querer que crianças e jovens convivam em um ambiente inóspito por quatro ou cinco horas, sem extrapolar limites de comportamento.

As salas são superlotadas, sem ventilação, reboco das paredes caindo, quadro negro em péssimo estado, portas quebradas, grades por todos os lados, banheiros sem condições de uso e funcionários desmotivados. Isso trás uma série de barreiras intransponíveis de se superar.

Como uma escola pode conter o problema da indisciplina com esses recursos?

Como estabelecer um planejamento educacional que cumpra as metas do governo?

O governo estabelece as competições como forma de melhorar a educação. Então como competir nessas condições?

Vemos quase todos os dias as bizarras matérias, que os gurus da mídia trazem para solucionar o problema educacional. É sempre a mesma ladainha de competição, castigos, individualidades e escola sem ideologia. E ainda dizem que os culpados da nossa crise são os professores, que em toda greve realizada pela classe, a imagem de vagabundo é a primeira a ser associada. E claro as matérias que fomentam ideologias como História e Geografia, essas também são culpadas.

Diante dessa situação pergunto:

Quem é o culpado?

Como sair dessa crise?

Como começar a sair dessa crise?

Acho que diante dessa situação a única coisa a fazer é continuar a luta e ter esperança. Porque muitos professores ainda amam essa profissão. Ainda somos a esperança!

A situação em que chegamos






Fonte: lubetat.blogspot.com/2008/02/um-bom-comeo.html
Acesso 25/09/2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Jardim de Infância


"Por meio da educação, a criança vai se reconhecer como um membro vivo do todo"
(Friedrich Froebel 1782-1852)

por Thiago Neves do Vale

  Caminhando nas proximidades de minha casa, no bairro de Pirituba, vejo uma cena inusitada, no portão de entrada de um jardim de infância. Uma moça que me pareceu ter uns 18 anos de idade, estava escutando silenciosamente com feições de choro em sua face, um homem que pelas broncas dirigidas a moça parecia me apresentar-se como o dono ou diretor da escolinha. Estavam também na cena os pais de uma menina que era aluna dessa escola. Imaginem a cena!

As conversas daquela cena remetem claramente a realidade do ensino infantil no país. Em muitas escolas infantis de bairro, o trabalho das “Tias” é muito além de uma prática docente para crianças do jardim. Elas realizam serviços de limpeza após a saída das crianças, preocupam-se com a alimentação e saúde, escutam pais esbravejados e por muitas vezes respondem por obrigações que extrapolam sua verdadeira função, assumem uma versatilidade imprópria que atrapalha sua função e atenção nas crianças. Tudo isso associado ao despreparo, baixos salários e longas horas de trabalho sem carteira assinada.

Quando relembro a cena e foco na reação e atitudes dos pais, vejo que a situação é gravíssima. Não há em nenhum momento um surto de consciência dos pais, sobre a realidade dessas professoras “Tias” e de sua filha que se vê inserida nessa realidade.

O sistema infantil das escolinhas de bairro pobre está sobre uma situação desesperadora, que surge por uma série de descasos e manipulações. Isso causa uma devassidão de problemas no sistema. São professores mau preparados, ausência quase que total do Estado em prover o ensino, dando liberdade sem controle aos aproveitadores do sistema, que fazem de pequenas casas um lugar lucrativo.

O relacionamento entre pais e filhos se resumem a horários, entrada e saída das aulas, que horas deve buscar e levar a criança. Cabendo assim as falas populares que se houve nas esquinas dessas escolas, como no caso a cima:

- “As escolas não educam, eu que sou pai não tenho tempo pra isso” e “essa é a função da escola e não minha!” ou “eu trabalho levo na escola, mas ela não cumpre a sua parte”.

E são esses dizeres que se multiplicam porque nossos guardiões da política não param de fomenta a competição, o individualismo e os castigos na educação.

Será que algum dia haverá consciência desse fato ou ainda continuaremos a ser manipulados?

A realidade parece que se esfrega em nossas caras, mas parece que somos nós que não queremos ver.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Viva a crise

"Yves Lacoste"
Acesso em  25/09/2008


por Thiago Neves do Vale


"Saber pensar o espaço para saber nele se organizar, para saber ali combater... Afinal nem toda região montanhosa arborizada é Sierra Maestra".

(Yves Lacoste, in A Geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra)

  Yves Lacoste argumenta que o saber geográfico se da em dois planos, a geografia dos Estados-Maiores e a dos professores. A primeira esta ligada à prática do poder, sendo que a segunda, denominada de geografia tradicional, serve para camuflar a existência da geografia dos Estados e seguindo o pensamento de Vidal de La Bache, estabelecer um conhecimento regional.

Toda a crítica feita por Yves Lacoste em “A geografia isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra”, nos remete a idéia defendida por ele de “guerrilha epistemológica”, onde se estabelece um combate teórico principalmente com os seguidores de Vidal de La Bache, de uma Geografia tradicional, buscando uma renovação do pensamento geográfico, uma transformação negadora da ordem estabelecida.

Criticou Também as demais disciplinas, história, economia, sociologia e filosofia, dizendo que essas contribuíram para a construção de uma geografia modesta, impedindo o geógrafo de analisar os problemas de ordem política e econômica.

Analisou a contribuição marxista, apontando que nessas abordagens o espaço é negligenciado, sendo que as relações de produção e de classes sobrepõem o tema espacial.

Em outro momento Lacoste cita o surgimento da New Geography nos Estados Unidos, estabelecendo uma nova tendência de análise geográfica, diferente da França e Alemanha. Essa pratica traz uma ruptura com os conceitos tradicionais e estabelece uma base de aplicação elevando a geografia a uma categoria de ciências exatas. As pesquisas dessa geografia servem para fins particulares de instituições administrativas, financeiras e de Estados, sobrepondo assim a uma lógica de poder.

O propósito expresso por Lacoste define os objetivos de uma postura critica da geografia, assumindo claramente o conteúdo político, afirmando que:

- “a Geografia é uma pratica social em relação à superfície terrestre” e “não há Geografia sem drama”.

Partindo dessas afirmações, Lacoste difunde toda a crise que a geografia passa em relação à definição de sua base de análise como ciência, durando até os dias atuais. Essa “guerrilha epistemológica” foi à vanguarda do surgimento da geografia critica, que caracterizou trabalhos de outros autores como, P. George, B. Kayser e Milton Santos. E para nós professores que estamos em plena crise segue o ditado popular, “viva a crise!”. E no que diz Moraes (2005) "Cultivar a teoria e buscar a explicação do mundo, para agir na sua transformação".

sábado, 13 de setembro de 2008

A Nova Ordem Social ou Mundial?


Foucault - Pensar e repensar a questão social;
uma tarefa nada fácil diante da modernidade
.



O pesar da modernidade é o excesso de divisão,
fator que implantou as categorias e rótulos.
Tão logo, uma falsa democracia de livre escolha...
...aonde o ser humano se torna robotico as escolhas a seguir.

Se na era moderna, houve a divisão das disciplinas,
uma realeceração dos conhecimentos e sua independência de livre estudo,
por que então tudo deve ter a base do ideológico?

Trazendo isso para o dia-a-dia,
basta convir o movimento político de esquerda e direita.
Se um não é o outro, o outro não é o um.
Se é os dois, é centralista.
Se é nenhum, é anárquico.
E você? O que deseja ser?
O bonzinho ou o malvado?

A generalização dos pensamentos é
rotulagem dos idealismos do século XXI.
E tudo isso é vendido a quem quiser comprar,
sendo você atrelado ao poder ter dinheiro pra obter,
ou então, se você, compartilha e prega do útopico (ou distante)
sonho de liberdade, igualidade e fraternidade.

Não é preciso torcer para algum time
para gostar-se de futebol...
...nem mesmo querer explicar que isso tudo vem de Deus.

Fácil rotular-se sob alguma coisa,
seja lá o que essa representa e atinge.
Difícil conseguir a conpreender a questão de que somos
todos diferentes e seja qual for a vontade do homem,
tudo é uma questão auto mutação.

E a solução do problema humano não vem exclusão
do suado papel verde que se ganha do trabalho,
e nem mesmo das velhas e já não tão mais eficazes
ferramentas do proletariado - seja ela foice ou martelo.

O problema nem mesmo pode ser representado sob o que o
homem consegue enxergar, externamente, em suas mãos.
A realidade é interna, e diferente, para cada um de nós,
e não é aquela vendida, pregada, ou concebida por ai.

Quando será que iremos conseguir compreender o externo como
apenas a conseqüencia do interno a nós?

Marcos Vinicius de Andrade Steidle é estudante de
graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Bandeirante de São Paulo.
Se auto-convidou a escrever neste blog e, além disso, desenvolve projetos
voluntários na área da educação pública em São Paulo.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pensadores (Lev Vygotsky)


"Lev Vygotsky"
Acesso em 25/09/2008



por Thiago Neves do Vale


"Uma palavra que não representa uma idéia é uma coisa morta, da mesma forma que uma idéia não incorporada em palavras não passa de uma sombra." (Lev Semionovitch Vygotsky)


Não poderia deixar de começar essa segunda discussão sobre a educação, sem citar a contribuição que os pensadores deram a essa abordagem. E minha análise pessoal sobre os pensadores me traz ótimas lembranças das aulas e exposições que meus colegas e eu levamos a sala. Claro que a primeira reflexão seria a do pensador Lev Vygotsky (1896-1934).

Esse pensador que morreu aos 37 anos tendo contribuições valiosas para a educação como, conceitos que remetem as relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados e principalmente no papel da escola no desenvolvimento mental das crianças. Tudo isso nos remetem a uma importância dada ao ensino infantil.

Sua abordagem surge de uma oposição teórica em relação a outro pensador, o suíço Jean Piaget (1896-1980), que constrói sua análise partindo do conceito de “Estágios de desenvolvimento”. Segundo Piaget há quatro estágios do desenvolvimento cognitivo. Vygotsky não contrapõe totalmente a análise de Piaget, mas fomenta a importância do meio social nesse desenvolvimento. Essa idéia constitui o pensamento sócio-construtivista, que nos dias atuais tem-se muitos debates por esse tema ser tão atual.

Devemos discutir o pensamento sócio-construtivista, sua contribuição, como esse pensamento é visto nas escolas e principalmente como nós professores utilizaremos em sala, em nossa prática docente. Essas reflexões podem trazer uma luz na grande luta para a melhora da educação brasileira.

Visão simples da educação

Acesso em 25/09/2008
Pela meritocracia
O ministro Fernando Haddad, a secretária Maria Helena Guimarães e o economista Alexandre Scheinkman




por Thiago Neves do Vale


Essa visão que circula nos meios de comunicação e instituições do governo apresenta dados estatísticos, apontando à posição ruim que o país ocupa no cenário internacional. Simplifica-se essa leitura dizendo que os problemas são as ideologias que cercam as salas de aulas, o ensino de História e Geografia glorifica figuras arcaicas como Che Guevara, Lênin, Trotski e Marx. Chega-se ao limite de dizer que o educador Paulo Freire é um autor de um método doutrinário esquerdista disfarçado de alfabetização e mais, o país deve diminuir essas abordagens, investir na matemática, fomenta a competição entre as universidades e investir no ensino tecnológico. Toda essa visão pauta-se em parâmetros de paises desenvolvidos, Estados Unidos, França, Finlândia e outros que seguiram a cartilha neoliberal idealizada por Milton Friedman, sendo essas nações livres de problemas educacionais, vencedoras, sem ideologias e um exemplo para as demais. “Ora!”

Outras discussões que partem de uma crise institucional do Estado como, a falta investimentos nos espaços físicos das escolas, a formação dos docentes, o não cumprimento da constituição, sobre o dever do Estado de garantir a educação, os baixos salários dos professores e os diversos problemas que compõe o cenário da educação brasileira, são discussões que a visão simples da mídia e governo não enxergam. Para eles é simples: -seguir a cartilha do governo e o sucesso é garantido! “Estamos perdidos!”.

O objetivo específico partindo dessa introdução é estimular o inicio de um debate nesse veiculo que contribua para a construção de idéias sobre a situação da educação no Brasil. Tem-se consciência que a abordagem é ampla e as dificuldades de uma síntese serão muitas. Mas vale lembrar que a educação para a consciência é aquela deveríamos buscar.


Acesso em 25/09/2008
"Método Paulo Freire"