quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"A GEOGRAFIA - ISSO SERVE, EM PRIMEIRO LUGAR, PARA FAZER A GUERRA".


"DUAS VISÕES - A MESMA GEOGRAFIA".

Com a leitura atenta do livro: “A Geografia – Isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra”, de Yves Lacoste, se torna possível dividi-lo em fases, uma vez que o livro é uma coletânea de artigos e de manuscritos feitos em um longo período. Essas fases correspondem aos temas propostos pelo autor, nos quais ele expõe seu ponto de vista, bem como, busca apontar saídas para os “problemas da geografia”.O conceito de “região” - segundo o autor, a região vidaliana representou e representa ainda um conceito problema dentro da análise do espaço geográfico, pois se apresenta de forma descritiva, deixando de lado toda problemática política, econômica, cultural e social, porém isso não quer dizer que ela não tenha sua importância – dentro do contexto histórico – e nem que Vidal de La Blache ignorasse essas problemáticas, que são apontadas no livro “A França de Leste”.Lacoste aponta as “influências marxistas” como de pouca profundidade, quando não totalmente inúteis dentro da geografia, para tanto se utiliza do fato de que Marx pouco se importou com o espaço – ele estaria mais interessado no tempo através da história – analisando somente as questões econômicas e as relações de poder. Porém não se pode ignorar as contribuições marxistas para a “geografia humana”, que trouxeram de volta as questões sociais e políticas.A “geografia aplicada” e a “New Geography”, neste tema é retratado um novo direcionamento da geografia, uma vez que a ligaria as “ciências exatas”, através de dados matemáticos e físicos. As pesquisas nestas áreas buscam um conhecimento estratégico que servem aos detentores do poder (econômico, político, comercial), mas tratam os pesquisadores como proletários, além de tirar qualquer autonomia sobre as pesquisas e os seus resultados.O autor propõe a “análise diferencial” e desenvolve seu conceito, como a forma mais coerente de analisar e compreender o espaço geográfico. Através de exemplos é colocado aos leitores inúmeras vertentes que interferem sobre o espaço geográfico pesquisado e através da análise diferencial a forma de detectar as origens dessas vertentes; bem como suas áreas de intersecção.Para o autor a “crise da geografia” se origina no conceito de “região”, de La Blache, que fora apoiado pelos historiadores, e assegurava uma geografia apolítica, em decorrência disto, a geografia tomou um caráter enciclopédico, direcionando-se para formação de professores e recusando seu discurso político estratégico, que foi durante muito tempo sua razão de existência.Segundo Lacoste, a “solução” para crise da geografia está na retomada do discurso político e estratégico, na união entre homens – geógrafos ou não – em torno da análise do espaço geográfico onde os fatores econômicos, culturais, geográficos, políticos, entre outros, interferem na vida de cada pessoa.Devemos estar atentos para o fato de que Yves Lacoste, esta analisando a geografia da França, e devido a este fato, podemos somente verificar a ocorrência de certas questões dentro do espaço analisado, pois as mesmas tiveram influência menor, ou não influíram, em outros países – esse é o caso do Brasil onde, Milton Santos, mesmo tendo influências marxistas elaborou inúmeros trabalhos de reconhecido valor, na análise do espaço geográfico. Além de ser a “geografia aplicada”, utilizada em larga escala por todos os países, como fundamental meio de planejamento público (devemos levar em consideração que todos os países são obrigados pela ONU a ter um instituto de pesquisa geográfica e estatística); e que os trabalhos de geografia física obtiveram melhores resultados após os investimentos e descobertas gerados pela “New Geography”.A Geografia, como estudo, pesquisa, profissão e conhecimento, é capaz de romper com as formas de alienação e devido ao seu caráter estratégico, serve em primeiro lugar para fazer a guerra.

Por: S.F. Manfrin.

LACOSTE, YVES“A GEOGRAFIA – ISSO SERVE, EM PRIMEIRO LUGAR, PARA FAZER A GUERRA”. - 13ª EDIÇÃO – ED. PAPIRUS – CAMPINAS.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Novo Super man

Barack Hussein Obama

No dia 04 de novembro de 2008 jornais brasileiros exaltam o sistema eleitoral norte-americano dizendo que, esta nação grandiosa não necessita de TSE para validar as eleições, a própria mídia tem esse papel nos Estados Unidos, garantindo a democracia e a tal “liberdade de expressão”. Contudo vemos mais uma vez nossos jornais rebaixando o Brasil diante da Águia do Norte, uma prática que acompanha nossa história.

Mas o que pretendo tratar não é sobre o sistema eleitoral e nem da mídia brasileira com suas bizarras matérias. Pretendo argumentar sobre o homem vitorioso desta eleição, Barack Hussein Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

O nome “Hussein” não era muito amigável dos norte-americanos há uns tempos atrás. Portanto agora o camarada “Hussein”, é um dos homens mais conhecidos do mundo, surgindo pra resgatar a imagem de seu país perante o resto do mundo, um sujeito que traz simpatia de diversas bandeiras, principalmente a dos movimentos negros. É impressionante como de um dia para o outro o mundo cria um herói para esquecer as atrocidades de uma nação que tortura pessoas no Iraque e na fortaleza de Guantanamo em Cuba.

Mas o que pretendo relatar é um pedido para que todas as bandeiras e movimentos sociais tenham cautela, pois Obama será o presidente dos Estados Unidos e governará juntamente com as mesmas corporações que estiveram com Bush e outros governos. Observe seu nome novamente, Barack Hussein Obama, isso conota uma aproximação lingüística e cultural com os povos islâmicos e africanos, portanto podemos sugerir que seu governo poderá estabelcer relações próximas com países periféricos, mais isso é somente uma suposição. Lógico que essas relações será de país dominante para dominado. Seu governo nem começou de fato, não tem como realizar profecias de como será sua estádia na Casa Branca.

Só posso dizer que não é o momento de acreditar em heróis para solucionar a crise financeira ou a segregação racial. No mundo globalizado as atrocidades são resolvidas por personagens para que os oprimidos mantenham-se quietos. Sendo assim as soluções jamais serão realizadas apartir da crença no Herói.

Cuidado!


Thiago Neves do Vale

Estudante de Geografia


domingo, 26 de outubro de 2008

Provar é uma também uma Avaliação ao Mundo Atual


ARTIGO PENSE NISSO - REVISTA NOVA ESCOLA

As provas devem servir para acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, e nunca ser temidas como sentenças

Luis Carlos de Menezes
"A escola que fazia o estudante aprender para passar nas provas agora ensina para ela mesma ser aprovada"

Julgamentos e estimativas são sempre necessários. Um simples olhar avalia uma vaga de estacionamento ou a deselegância de um gesto. Uma rápida operação mede a pressão arterial ou verifica o saldo bancário. Somente a análise complexa, no entanto, diagnostica um paciente ou uma grande organização. Avaliações educacionais, por sua vez, verificam habilidades de alunos e o desempenho de redes escolares. Os objetivos, nesse caso, são tão diferentes quanto os de exames médicos que orientam tratamentos ou de provas para certificar profissionais e classificar serviços.

As avaliações mais importantes são as que orientam o ensino, integradas ao processo de aprendizagem, e não simples provas periódicas. Ao propor uma gincana em que as crianças escrevam bilhetes anônimos e numerados, com instruções para ações dos colegas, a professora que acaba de assumir uma turma desenvolve uma boa socialização enquanto verifica as competências de ler e escrever de cada um. Atividades desse tipo, da Educação Infantil ao Ensino Médio, revelam mais do que provas. Porém, o uso delas é tão raro quanto o de diagnósticos iniciais. O resultado disso é que, às vezes, expectativas de aprendizagem equivocadas somente são percebidas quando já é tarde demais.

Quando as turmas são grandes, em vez de levar pilhas de trabalhos para corrigir (e às pressas, pois a vida é curta), é melhor o professor instruir os estudantes para que se auto-avaliem em atividades de classe ou de casa. Sabendo contornar possíveis limitações, a escola pode orientar as famílias para se tornarem parceiras no processo, mostrando os objetivos das etapas do ensino e o que será verificado em provas parciais. As finais ganham a função de confirmar e certificar o trabalho, mas insucessos põem em questão a própria escola.

A qualidade da Educação deve ser aferida, e as provas gerais têm esse papel, nem sempre bem interpretado. Classificar escolas lembra "coisa de mercado" e, como provocação, eu diria que a escola que fazia o estudante aprender só para tirar boas notas nas provas - como alguém que cuida da saúde só para passar no exame médico - agora também ensina para ela mesma ser aprovada.

Avaliações como a Prova Brasil permitem planejar o aperfeiçoamento de escolas e redes. Já o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, foi concebido para que cada jovem, ao fim da Educação Básica, possa mostrar as competências adquiridas para se expressar, compreender, intervir, argumentar e propor, mas também pode servir para apontar a uma escola como está o desempenho médio dos estudantes.

Cabe a esses exames orientar, e nunca "carimbar" uma instituição - e é bom evitar comparações absolutas entre escolas e professores atuando em situações diversas. A sociedade e o Estado precisam saber que quem trabalha em condições difíceis e com público carente está na trincheira da eqüidade social e do desenvolvimento, sendo assim a vanguarda - não a retaguarda da Educação.

Em síntese, em quaisquer circunstâncias, avaliações são meio ou confirmação de nosso trabalho, nunca sua razão de ser. Assim, devem ser vistas como recursos para aprender e ensinar melhor, nunca temidas como sentenças, nem pelo aluno nem por nós.

Luis Carlos de Menezes é físico e educador da Universidade de São Paulo, sabe que a avaliação é um recurso insubstituível do professor.


Transcrito da Revista Nova Escola - Edição n°214 - Agosto de 2008.
Editora Abril - Fundação Victor Civita

E ai professor?
Será que o processo começa na sala de aula?
A avaliação, instrumentada como prova,
não pode ser uma saída?

Pense Nisso!

Marcos Vinicius de Andrade Steidle é estudante de
graduação em Licenciatura em Geografia pela
Universidade Bandeirante de São Paulo.

Se auto-convidou a escrever neste blog e, além disso, desenvolve projetos
voluntários na área da educação pública em São Paulo.


Ciclo do Entrenimento em São Paulo: Trabalho de campo de meus colegas. Geografia 2º ano

Conteúdo Áudio-Visual, resultado de Pesquisa de campo com o tema O ciclo do entretenimento e a relação com o desenvolvimento urbano, apresentado para a disciplina de Geografia Urbana. 2° ANO de Licenciatura em Geografia.

GISELE APARECIDA MONTEIRO

LEANDRO APARECIDO DOS SANTOS

LUANA LUCY FREIRE
MARCOS DOS SANTOS SERARIM
MARCOS VINICIUS DE ANDRADE STEIDLE
PEDRO REATEGUI PINTO

UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS RG SÃO PAULO SP OUTUBRO DE 2008

Este vídeo é de uso livre bem como seu parte de seu conteúdo foi retirado do Youtube, como também foi produzido nas ruas do centro de São Paulo. Somos a favor da liberdade acadêmica e acreditamos que somente com essa liberdade se faz a confiabilidade do mesmo.


Trabalho de Geografia Urbana dos meus colegas de sala.
10 pessoal Parabens!









terça-feira, 21 de outubro de 2008

O surgimento da crise através do Buteco


por Thiago Neves do Vale



O Sr. Manezinho possui um bar onde vende cachaça na caderneta (fiado) aos seus fiéis fregueses, todos manguaceiros e desempregados. Essa venda é realizada a crédito, dando oportunidade do Sr Mane aumentar um pouquinho o preço da dose (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).

Um ousado gerente de banco decide que as cadernetas das dividas dos pinguços, constituem afinal um ativo interessante, e começa a adiantar dinheiro ao Sr. Manezinho, tendo como garantia a pindura dos cachaceiros que pagam a ele somente no dia 20. (E olhe lá).

Manezinho aceitou o empréstimo de 600 mil reais mesmo sem precisar, pois ele não pode ouvir a palavra crédito. O dono do bar é um consumidor de visão especulativa, e até aquele momento tinha uma vida estável, o bar garantia a tranqüilidade da família.

Com 600 mil na mão e sem saber o que fazer, Sr. Manezinho soube por um amigo que o mercado imobiliário estava valorizando. Era comprar e revender as casas que o lucro era garantido, um ótimo negócio e sem riscos.

Sr. Manezinho comprou três casas somando um valor total de 600 mil. Mas sua brilhante idéia fez com que ele paga-se um valor inicial de 300 mil, ficando o restante dividido em 62 meses para quitar. O dono do bar agora tinha 300 mil, uma divida de mais de 600 mil com o banco e uma gigantesca caderneta com 62 boletos referente às casas.

Mas a situação ainda ficaria pior. Contudo sua mulher se sentindo rica gastou todos os cartões de créditos do marido, fez plástica no nariz, aumentou os seios, comprou carro, encheu a casa de produtos das Casas Bahia, torrou os 300 mil restantes que Sr. Manezinho tinha e ainda deu um pé nele, arrumando um garotão para se divertir em suas noitadas.

O tempo passa e a situação piora de vez. Os bancos iludem milhares de Manezinhos, transformando os empréstimos em títulos negociáveis em mais de 73 bolsas de valores ao redor do mundo. A bolha se forma e a qualquer momento pode explodir.

Lembram daqueles pinguços do começo da história, eles mesmos. Esses pés de cana embriagam-se cada vez mais e decidem não pagar Sr. Manezinho no dia 20. Agora o circo é armado e a crise vem à tona. O dono do “Buteco” deixa de pagar os bancos e o restante das parcelas referente às casas, pensando somente em sua soberania alimentar. Os bancos por sua vez deixam de realizar empréstimos. E sem crédito na praça, o consumidor deixa de consumir e a economia tem sua recessão. O mesmo efeito se segue em diversos países, onde a lógica da auto-regulação dos mercados é o slogan do crescimento.

Então de quem é a culpa, dos Cachaceiros ou dos Manezinhos, que vivem especulando para obter um maior lucro?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

América Latina: Fim das Florestas


por Thiago Neves do Vale


Os governos do Norte global e as empresas transnacionais fazem da América Latina, uma peça chave em suas estratégias de lucro. A expansão dos mercados transformou a educação, serviços de saúde e a biodiversidade, em mercadorias excelentes para a acumulação de capital em médio prazo. As grandes corporações camuflam-se na imagem de defensoras do meio ambiente, apresentam selos de qualidade ambiental agregando valor nas mercadorias. E usam de propagandas que apresentam a população como a grande culpada pela desgraça ambiental do mundo dizendo que, o planeta não agüenta irresponsabilidades de cidadãos que praticam o descaso ambiental. Na verdade o planeta não agüenta também impunidade, fome, miséria, violência, pré-conceitos e guerras. Essas grandes empresas transnacionais fomentam a desgraça ambiental, culpam os cidadãos e tecem a teia da pobreza no mundo, sobre o slogan do progresso, democracia e liberdade. Com essa realidade podemos ser categóricos em dizer que, as florestas e toda a biodiversidade do mundo, estão com seus dias contados e isso é irreversível.

Porque há centenas de ONG s na Amazônia em comparação ao nordeste, que possui menos de uma dezena? Uma coisa é certa, a pobreza não interessa ao capital. E os movimentos sociais que lutam pelos desfavorecidos, são os novos terroristas que afrontam a democracia e a liberdade na América. Esses são cada vez mais criminalizados, os culpam de barrar o progresso que chega a Amazônia, através da extração vegetal, pecuária e agricultura, o ciclo econômico que devasta a vegetação. Contudo diversos conflitos explodem nessas regiões entre agricultores e indígenas, pela posse das terras. Os jornais exaltam as necessidades de um agricultor na região norte do Brasil e rotulam os grupos indígenas de (radicais não civilizados), por combaterem o progresso e a propriedade privada, sendo que a maioria das terras é adquirida através da grilagem.

As grandes corporações do agronenócio avançam sobre novas fronteiras nas regiões Norte e Nordeste, fazendo políticas regionais enquadrando o território em uma logística ideal para o escoamento da produção de grãos. Essas empresas globais possuem tanto poder político, que conseguem barrar a emenda constitucional que incluiria o Cerrado brasileiro no artigo 225, que considera “patrimônio nacional” a floresta Amazônica, a mata Atlântica, a serra do Mar e o Pantanal Mato-Grossense. Sendo que a bancada ruralista não permite que seja aprovada, pois considera o Cerrado uma extensão propicia a expansão agrícola. Essa é apenas uma visão do poder legislativo, tento também simpatia nas demais esferas do poder, judiciário e executivo. (Revista National Geographic, ed 103, outubro de 2008)

Devido a essa realidade, o pessimismo quanto ao prognóstico do futuro ambiental cresce. Não há atitudes que mexam com a raiz da catástrofe ambiental, tem-se somente transferência de responsabilidades. A culpa é dos “atos não civilizados” como, jogar lixo nas ruas. Contudo esquecem que esse fato acontece, por não haver nas periferias, obras de saneamento básico que atinjam as camadas populares desfavorecidas. A responsabilidade do problema ambiental passa a ser do pobre oprimido das favelas, que vivem esquecidas pelos governantes.

Diante desses fatos só nos resta torcer, para que as futuras gerações possam conhecer as florestas da América do Sul e suas maravilhas, pois muito em breve só saberemos dessas áreas através dos livros. A realidade é apocalíptica, o fim das matas é um processo sem volta.

Agricultura na Amazônia: Fim das Florestas






Expansão Agricola: Fim da Amazônia



domingo, 5 de outubro de 2008

América Latina: Nova Geopolítica





por Thiago Neves do Vale (estudante de Geografia)


Percebe-se que nos dias atuais, se configura na América Latina, uma geopolítica voltada para a descentralização da influência norte-americana. Nos últimos anos, surgiram nos países sul-americano, lideres de esquerda que se opõem de forma agressiva ao grande império, principalmente os governantes da Bolívia, Venezuela e Equador. Nesses países a ideologia neoliberal, o grande slogan disseminado durante o governo de Ronald Reagan, vem sendo desmontado com o implemento de políticas favorecendo a presença do Estado na economia. As estatizações, o calote na divida externa e o fomento de novas constituições, seguem as mudanças que se realizam nessas regiões.

Essa nova configuração, em muito se deve ao estrangulamento que o neoliberalismo realizou nessas sociedades, com o implemento das concepções de mercado. Competições, metas e castigos, vêm aguçando cada vez mais as contradições entre as classes, favorecendo o surgimento de um ambiente rico para os levantes populares.

Mas outros aspectos de extrema importância foram determinantes para o resultado dessa nova configuração, sendo eles, o imperialismo norte-americano e a globalização. Através desses fatores, surgiram em diversas partes do globo, um sentimento de revolta, que resultou em ódio ao povo americano. Principalmente após os ataques de 11 de setembro, que enquadrou os Estados Unidos em diversos conflitos a fim de subjugar nações em função de suas necessidades econômicas.

No Brasil o clima de camaradagem com os Estados Unidos se mantém. Mas nas entre linhas, tem-se uma movimentação do governo brasileiro em depender menos dos americanos. Novas rotas se abrem para os produtos brasileiros. O mercado chinês é o grande eldorado para essa descentralização do país com a Europa e os Estados Unidos. Depender menos desses gigantes é o novo movimento que a América Latina vem alcançando ultimamente.

A Venezuela é um país que se posicionou contra as ações da superpotência americana, vemos em muitas ocasiões um clima tenso entre essas nações. No Palácio de Mira-Flores, as estratégias para desvincular Caracas do eixo de influência norte-americana são intensas. Nos últimos anos o Presidente Hugo Chaves, encontra-se freqüentemente com lideres da Europa, Ásia, África e América Latina, para formalizar tratados comerciais e militares.

No Equador o movimento é recente, alinhado-se contra o neoliberalismo, o governo de Rafael Correia estatizou empresas, fomentou nova constituição e pretende dar um calote na dívida externa do país. O Brasil através do BNDS emprestou cerca de 248 milhões de reais ao governo de Quito. Um dinheiro que pode demorar a chegar aos cofres brasileiros.

Essa é a nova realidade que a América Latina apresenta ao mundo. Um continente marcado por grandes diferenças, países que agregam o neoliberalismo como o Brasil e Chile, mas que também pretende a descentralização econômica do eixo norte. E nações que ousam a confrontar as grandes nações, como Venezuela, Bolívia e Equador, seguindo seus respectivos contextos de sociedade.

Mas a grande águia esta atenta a esse movimento. E a notícia da volta da esquadra militar para ações na América Latina, é uma razão clara que os norte-americanos não estão dormindo para sustentar o seu império. Com isso podemos prever tempos difíceis nas terras abaixo do equador. O grande império norte-americano vive tempos tenebrosos e o mundo embarca nessa onda. Já dizia um ditado romano: Quando Roma arde, todo o império fica em suspense. Esse se pode valer também para os Estados Unidos e América Latina.


sábado, 4 de outubro de 2008

Bolívia: América Negligenciada




por Thiago Neves do Vale

(estudante de Geografia)



"A Bolívia possui um planalto de grande altitude (3,3 mil metros, em média), é um lugar superlativo: possui o mais alto lago navegável do mundo, o Titicaca, e a maior planície salina, o Salar de Uyuni. É o segundo maior platô de montanhas da terra, depois do planalto do Tibet - uma paisagem de gelo e fogo, vento e sal que se estende do norte da Argentina às agrestes planícies do Peru." (Revista National Geographic, ed 100, julho de 2008)


A Bolívia é um país da América Latina que aparece nas paginas de jornais do mundo inteiro. No Brasil devido, ao trabalho da mídia que esta para enaltecer as elites, a Bolívia é tratada por reportagens simplistas, que procuram diminuir essa nação, criando rotulagens de ataque, dizendo que este país não pode ser liderado por um índio. Nas salas de aula do Brasil, quando se pergunta algo da Bolívia, as respostas são previsíveis e transcreve as rotulagens dos jornais, uma nação comunista, indígena, que tem cocaína, reservas de gás e petróleo e representa um perigo para a democracia.

Problemas estruturais realmente são uma realidade nos paises da América Latina e a Bolívia não escapa a eles. Os bolivianos vivem um momento político complicado. As reformas liberais implementadas pelo ex-presidente, Sánchez de Lozada (1993-97), com as privatizações das empresas de Telefonia, petróleo, gás e abastecimento de água, culminou com o acirramento das disputas de classes, regiões e etnias. Os povos indígenas do Altiplano são os mais afetados nesse período, a Bolívia situa-se entre os países mais pobres da América Latina, muitos migram para o Brasil e outros países, onde são explorados pelas fábricas. Quem tem contato com os bolivianos da região do Braz, sabe das condições péssimas de trabalho dessas pessoas. A carga de trabalho gira em torno de 16 horas, sendo que a maioria é ilegal dentro do território brasileiro.

Mas além desses aspectos devemos lembrar que a Bolívia não é somente petróleo, folha de coca e pobreza. Essa região do globo possui uma grande diversidade de etnias, paisagens e recursos. É um país sem litoral, devido à venda das terras e a perca da Guerra do Pacífico contra o Chile. Em seu ocidente encontra-se à cordilheira dos Andes, com o pico, Nevado Sajama. O centro é formado por um planalto, o Altiplano, onde vive a maioria dos bolivianos e indígenas. O leste é constituído por terras baixas, e coberto pela floresta úmida da Amazônia, onde a população branca, remanescente dos povos europeus, compõe a maioria. E na região sul encontra-se o Chaco boliviano, região pantanosa no período de chuva e semi-desértica nos meses de seca. La também foi o berço da civilização Tiwanaku, que deram origem aos Incas. Na região do Altiplano fala-se espanhol, aimara e quíchua, totalizando aproximadamente 36 línguas em todo território.

Negligenciar esses aspectos e contentar-se com os recortes simplistas, marcado pela sabedoria da mídia elitizada, acarretará o continuísmo dos saberes da América Latina, destoando o principal objetivo dessa aprendizagem, sendo essa, a busca das complexidades dos problemas e as semelhanças entre povos e regiões, desse continente.

"Presidente boliviano Evo Morales em discusso na ONU"

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Será o fim do Neoliberalismo?

Ben Bernanke presidente do Fed em discusso no congresso
Fonte:http://washingtontimes.com/news/2008/sep/24/bernanke-fed-will-act-needed-help/
Acesso em 26/09/2008


"De todos los éxitos pero también de toda las crisis que en estos momentos sacuden a nuestro planeta, esta surgiendo un mundo nuevo. Tenemos que preparar, tenemos que cosntruir juntos este mundo nuevo...Reconstruyamos juntos un capitalismo reglamentado que no esté en gran parte sometido al mero criterio de los operadores del mercado,..." (Discusso do Presidente Frances Nicolas Sarkozy na Assembléia Geral da ONU 23/09/2008"

Fonte:http://www.un.org/ga/63/generaldebate/pdf/france-fr.pdf

Acesso em 27/09/2008



... por Thiago Neves do Vale


Os Estados Unidos enfrentam uma das piores crises financeiras da sua história. Empresas que pareciam inabaláveis como AIG, Merrill Lynch e Lehman Brothers foram tragadas pela crise. Os mercados pedem socorro, e a ajuda é imediata.

“Logo após os mais recentes capítulos da crise financeira, os bancos centrais do mundo inteiro entraram em ação, injetando um grande volume de recursos nos mercados. O Fed iniciou a onda, colocando na praça cerca de 70 bilhões de dólares. Foi seguido pelo Banco Central Europeu (99 bilhões) e por seus pares asiáticos (17 bilhões de dólares)”.(Revista Exame ed 927 nº18 24/09/2008)

Essa ação, do grande império norte-americano, causa um certo desconforto nos defensores do Neoliberalismo. Será que esse sistema, surgido a partir do segundo choque do petróleo (1979-80), e que fez a economia global crescer por décadas, poderá ter um fim?

Lógico que para os defensores, isso jamais acontecerá. Mas devemos lembrar que é a partir do caos que as mudanças chegam, e mudam o cenário da política mundial e a forma dos mercados financeiros. A crise de 1929 estabeleceu mudanças profundas. O estabelecimento do “Estado de bem estar social”, foi uma saída encontrada no caos da década de 30.

“Durante os anos 30, todos os paises capitalistas sofreram a mais profunda e a mais longa crise de conjuntura, com conseqüências catastróficas para as classes trabalhadoras. A queda desastrosa da atividade econômica ocasionou uma revolução no pensamento econômico: surgiu (em 1936) uma doutrina proposta por Keynes, o mais prestigiado economista da época, que atribuía a crise à deficiência da procura efetiva (a demanda solvável) e propunha como solução a expansão das compras do setor público para desencadear uma multiplicação da procura privada que absorvesse o excesso de mercadorias e assim induzisse as empresas a aumentar o emprego e a produção.” (SINGER, 1993)

Partindo dessa idéia, será agora o fim do Neoliberalismo?

Sinais do caos estão sendo apresentados todos os dias, em jornais e revistas do mundo inteiro. A presença do atual presidente dos Estados Unidos, George. W. Bush, em rede aberta de televisão, pedindo para o congresso agir e aprovar o pacote de 700 Bilhões de dólares, para salvar o mercado financeiro e evitar a quebradeira dos bancos, mostra claramente à atuação da política na economia. Justamente o oposto da ideologia neoliberal que estabelece a diminuição do Estado.

“O governo não é a parte da solução. O governo é o problema”, dizia Ronald Reagan, presidente de 1981 a 1989, figura emblemática dessa política junto com Margaret Thatcher, a Dama de ferro, primeira ministra de 1979 a 1990, que combateu os sindicatos e ampliou as privatizações na Inglaterra. O neoliberalismo também produziu seus contrastes, e seus dias poderão estar contados. Se o pacote for aprovado, será apenas um adiamento do caos. Devemos lembrar que a história sempre nos mostrou que é do estado de calamidade, que o mundo sofre suas mudanças.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Escola Prisão

Fonte: "Revista Nova Escola ed 200 março de 2007"



por Thiago Neves do Vale

“Para entrar na escola, é preciso se dirigir a um guichê gradeado, onde uma funcionária pouco sorridente pede dados aos visitantes. Em seguida, ouve-se o barulho de um molho pesado de chaves saindo do bolso. Outro funcionário, também sem mostrar os dentes, abre um grande portão de ferro. O cenário impressiona. Há grades por todos os lados, a sala de informática mais parece uma cela (tudo isso para proteger o patrimônio...)” (Revista Nova Escola ed 200, março de 2007)

As edificações das escolas publicas refletem os problemas de comportamento dos alunos. Se nem mesmo nós adultos suportamos ficar em um lugar assim, como podemos querer que crianças e jovens convivam em um ambiente inóspito por quatro ou cinco horas, sem extrapolar limites de comportamento.

As salas são superlotadas, sem ventilação, reboco das paredes caindo, quadro negro em péssimo estado, portas quebradas, grades por todos os lados, banheiros sem condições de uso e funcionários desmotivados. Isso trás uma série de barreiras intransponíveis de se superar.

Como uma escola pode conter o problema da indisciplina com esses recursos?

Como estabelecer um planejamento educacional que cumpra as metas do governo?

O governo estabelece as competições como forma de melhorar a educação. Então como competir nessas condições?

Vemos quase todos os dias as bizarras matérias, que os gurus da mídia trazem para solucionar o problema educacional. É sempre a mesma ladainha de competição, castigos, individualidades e escola sem ideologia. E ainda dizem que os culpados da nossa crise são os professores, que em toda greve realizada pela classe, a imagem de vagabundo é a primeira a ser associada. E claro as matérias que fomentam ideologias como História e Geografia, essas também são culpadas.

Diante dessa situação pergunto:

Quem é o culpado?

Como sair dessa crise?

Como começar a sair dessa crise?

Acho que diante dessa situação a única coisa a fazer é continuar a luta e ter esperança. Porque muitos professores ainda amam essa profissão. Ainda somos a esperança!

A situação em que chegamos






Fonte: lubetat.blogspot.com/2008/02/um-bom-comeo.html
Acesso 25/09/2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Jardim de Infância


"Por meio da educação, a criança vai se reconhecer como um membro vivo do todo"
(Friedrich Froebel 1782-1852)

por Thiago Neves do Vale

  Caminhando nas proximidades de minha casa, no bairro de Pirituba, vejo uma cena inusitada, no portão de entrada de um jardim de infância. Uma moça que me pareceu ter uns 18 anos de idade, estava escutando silenciosamente com feições de choro em sua face, um homem que pelas broncas dirigidas a moça parecia me apresentar-se como o dono ou diretor da escolinha. Estavam também na cena os pais de uma menina que era aluna dessa escola. Imaginem a cena!

As conversas daquela cena remetem claramente a realidade do ensino infantil no país. Em muitas escolas infantis de bairro, o trabalho das “Tias” é muito além de uma prática docente para crianças do jardim. Elas realizam serviços de limpeza após a saída das crianças, preocupam-se com a alimentação e saúde, escutam pais esbravejados e por muitas vezes respondem por obrigações que extrapolam sua verdadeira função, assumem uma versatilidade imprópria que atrapalha sua função e atenção nas crianças. Tudo isso associado ao despreparo, baixos salários e longas horas de trabalho sem carteira assinada.

Quando relembro a cena e foco na reação e atitudes dos pais, vejo que a situação é gravíssima. Não há em nenhum momento um surto de consciência dos pais, sobre a realidade dessas professoras “Tias” e de sua filha que se vê inserida nessa realidade.

O sistema infantil das escolinhas de bairro pobre está sobre uma situação desesperadora, que surge por uma série de descasos e manipulações. Isso causa uma devassidão de problemas no sistema. São professores mau preparados, ausência quase que total do Estado em prover o ensino, dando liberdade sem controle aos aproveitadores do sistema, que fazem de pequenas casas um lugar lucrativo.

O relacionamento entre pais e filhos se resumem a horários, entrada e saída das aulas, que horas deve buscar e levar a criança. Cabendo assim as falas populares que se houve nas esquinas dessas escolas, como no caso a cima:

- “As escolas não educam, eu que sou pai não tenho tempo pra isso” e “essa é a função da escola e não minha!” ou “eu trabalho levo na escola, mas ela não cumpre a sua parte”.

E são esses dizeres que se multiplicam porque nossos guardiões da política não param de fomenta a competição, o individualismo e os castigos na educação.

Será que algum dia haverá consciência desse fato ou ainda continuaremos a ser manipulados?

A realidade parece que se esfrega em nossas caras, mas parece que somos nós que não queremos ver.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Viva a crise

"Yves Lacoste"
Acesso em  25/09/2008


por Thiago Neves do Vale


"Saber pensar o espaço para saber nele se organizar, para saber ali combater... Afinal nem toda região montanhosa arborizada é Sierra Maestra".

(Yves Lacoste, in A Geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra)

  Yves Lacoste argumenta que o saber geográfico se da em dois planos, a geografia dos Estados-Maiores e a dos professores. A primeira esta ligada à prática do poder, sendo que a segunda, denominada de geografia tradicional, serve para camuflar a existência da geografia dos Estados e seguindo o pensamento de Vidal de La Bache, estabelecer um conhecimento regional.

Toda a crítica feita por Yves Lacoste em “A geografia isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra”, nos remete a idéia defendida por ele de “guerrilha epistemológica”, onde se estabelece um combate teórico principalmente com os seguidores de Vidal de La Bache, de uma Geografia tradicional, buscando uma renovação do pensamento geográfico, uma transformação negadora da ordem estabelecida.

Criticou Também as demais disciplinas, história, economia, sociologia e filosofia, dizendo que essas contribuíram para a construção de uma geografia modesta, impedindo o geógrafo de analisar os problemas de ordem política e econômica.

Analisou a contribuição marxista, apontando que nessas abordagens o espaço é negligenciado, sendo que as relações de produção e de classes sobrepõem o tema espacial.

Em outro momento Lacoste cita o surgimento da New Geography nos Estados Unidos, estabelecendo uma nova tendência de análise geográfica, diferente da França e Alemanha. Essa pratica traz uma ruptura com os conceitos tradicionais e estabelece uma base de aplicação elevando a geografia a uma categoria de ciências exatas. As pesquisas dessa geografia servem para fins particulares de instituições administrativas, financeiras e de Estados, sobrepondo assim a uma lógica de poder.

O propósito expresso por Lacoste define os objetivos de uma postura critica da geografia, assumindo claramente o conteúdo político, afirmando que:

- “a Geografia é uma pratica social em relação à superfície terrestre” e “não há Geografia sem drama”.

Partindo dessas afirmações, Lacoste difunde toda a crise que a geografia passa em relação à definição de sua base de análise como ciência, durando até os dias atuais. Essa “guerrilha epistemológica” foi à vanguarda do surgimento da geografia critica, que caracterizou trabalhos de outros autores como, P. George, B. Kayser e Milton Santos. E para nós professores que estamos em plena crise segue o ditado popular, “viva a crise!”. E no que diz Moraes (2005) "Cultivar a teoria e buscar a explicação do mundo, para agir na sua transformação".

sábado, 13 de setembro de 2008

A Nova Ordem Social ou Mundial?


Foucault - Pensar e repensar a questão social;
uma tarefa nada fácil diante da modernidade
.



O pesar da modernidade é o excesso de divisão,
fator que implantou as categorias e rótulos.
Tão logo, uma falsa democracia de livre escolha...
...aonde o ser humano se torna robotico as escolhas a seguir.

Se na era moderna, houve a divisão das disciplinas,
uma realeceração dos conhecimentos e sua independência de livre estudo,
por que então tudo deve ter a base do ideológico?

Trazendo isso para o dia-a-dia,
basta convir o movimento político de esquerda e direita.
Se um não é o outro, o outro não é o um.
Se é os dois, é centralista.
Se é nenhum, é anárquico.
E você? O que deseja ser?
O bonzinho ou o malvado?

A generalização dos pensamentos é
rotulagem dos idealismos do século XXI.
E tudo isso é vendido a quem quiser comprar,
sendo você atrelado ao poder ter dinheiro pra obter,
ou então, se você, compartilha e prega do útopico (ou distante)
sonho de liberdade, igualidade e fraternidade.

Não é preciso torcer para algum time
para gostar-se de futebol...
...nem mesmo querer explicar que isso tudo vem de Deus.

Fácil rotular-se sob alguma coisa,
seja lá o que essa representa e atinge.
Difícil conseguir a conpreender a questão de que somos
todos diferentes e seja qual for a vontade do homem,
tudo é uma questão auto mutação.

E a solução do problema humano não vem exclusão
do suado papel verde que se ganha do trabalho,
e nem mesmo das velhas e já não tão mais eficazes
ferramentas do proletariado - seja ela foice ou martelo.

O problema nem mesmo pode ser representado sob o que o
homem consegue enxergar, externamente, em suas mãos.
A realidade é interna, e diferente, para cada um de nós,
e não é aquela vendida, pregada, ou concebida por ai.

Quando será que iremos conseguir compreender o externo como
apenas a conseqüencia do interno a nós?

Marcos Vinicius de Andrade Steidle é estudante de
graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Bandeirante de São Paulo.
Se auto-convidou a escrever neste blog e, além disso, desenvolve projetos
voluntários na área da educação pública em São Paulo.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pensadores (Lev Vygotsky)


"Lev Vygotsky"
Acesso em 25/09/2008



por Thiago Neves do Vale


"Uma palavra que não representa uma idéia é uma coisa morta, da mesma forma que uma idéia não incorporada em palavras não passa de uma sombra." (Lev Semionovitch Vygotsky)


Não poderia deixar de começar essa segunda discussão sobre a educação, sem citar a contribuição que os pensadores deram a essa abordagem. E minha análise pessoal sobre os pensadores me traz ótimas lembranças das aulas e exposições que meus colegas e eu levamos a sala. Claro que a primeira reflexão seria a do pensador Lev Vygotsky (1896-1934).

Esse pensador que morreu aos 37 anos tendo contribuições valiosas para a educação como, conceitos que remetem as relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados e principalmente no papel da escola no desenvolvimento mental das crianças. Tudo isso nos remetem a uma importância dada ao ensino infantil.

Sua abordagem surge de uma oposição teórica em relação a outro pensador, o suíço Jean Piaget (1896-1980), que constrói sua análise partindo do conceito de “Estágios de desenvolvimento”. Segundo Piaget há quatro estágios do desenvolvimento cognitivo. Vygotsky não contrapõe totalmente a análise de Piaget, mas fomenta a importância do meio social nesse desenvolvimento. Essa idéia constitui o pensamento sócio-construtivista, que nos dias atuais tem-se muitos debates por esse tema ser tão atual.

Devemos discutir o pensamento sócio-construtivista, sua contribuição, como esse pensamento é visto nas escolas e principalmente como nós professores utilizaremos em sala, em nossa prática docente. Essas reflexões podem trazer uma luz na grande luta para a melhora da educação brasileira.

Visão simples da educação

Acesso em 25/09/2008
Pela meritocracia
O ministro Fernando Haddad, a secretária Maria Helena Guimarães e o economista Alexandre Scheinkman




por Thiago Neves do Vale


Essa visão que circula nos meios de comunicação e instituições do governo apresenta dados estatísticos, apontando à posição ruim que o país ocupa no cenário internacional. Simplifica-se essa leitura dizendo que os problemas são as ideologias que cercam as salas de aulas, o ensino de História e Geografia glorifica figuras arcaicas como Che Guevara, Lênin, Trotski e Marx. Chega-se ao limite de dizer que o educador Paulo Freire é um autor de um método doutrinário esquerdista disfarçado de alfabetização e mais, o país deve diminuir essas abordagens, investir na matemática, fomenta a competição entre as universidades e investir no ensino tecnológico. Toda essa visão pauta-se em parâmetros de paises desenvolvidos, Estados Unidos, França, Finlândia e outros que seguiram a cartilha neoliberal idealizada por Milton Friedman, sendo essas nações livres de problemas educacionais, vencedoras, sem ideologias e um exemplo para as demais. “Ora!”

Outras discussões que partem de uma crise institucional do Estado como, a falta investimentos nos espaços físicos das escolas, a formação dos docentes, o não cumprimento da constituição, sobre o dever do Estado de garantir a educação, os baixos salários dos professores e os diversos problemas que compõe o cenário da educação brasileira, são discussões que a visão simples da mídia e governo não enxergam. Para eles é simples: -seguir a cartilha do governo e o sucesso é garantido! “Estamos perdidos!”.

O objetivo específico partindo dessa introdução é estimular o inicio de um debate nesse veiculo que contribua para a construção de idéias sobre a situação da educação no Brasil. Tem-se consciência que a abordagem é ampla e as dificuldades de uma síntese serão muitas. Mas vale lembrar que a educação para a consciência é aquela deveríamos buscar.


Acesso em 25/09/2008
"Método Paulo Freire"