domingo, 28 de março de 2010

Professores Heróis da pátria


Ser professor num país em que só se fala em
Nardoni e Big Brother, não é fácil - na foto acima, da
Agência do Estado, professor carrega Policial em confronto
em manifestação no Palácio do Governador, no Morumbi.
Uma cena de uma realidade democrática mentirosa!

NÃO!
NÃO É UMA GREVE ELEITOREIRA...
NÃO É APENAS AUMENTO, É DIGNIDADE!

E faço questão de mostrar,
que não estamos no estado cada vez melhor!

- Este mês, não recebi vale-transporte e não recebi nenhum bônus anual, como a propaganda mentirosa do "estado cada vez melhor"!

- Material Didático com conteúdo errado...

- Ganho como professor de 1º a 4º série,
dando aulas no Ensino Médio...

- Ganho 4 reais de vale-alimentação, sendo que este mês,
pagaram-me apenas 5 tickets (ou seja, 20 reais).

- Ganho 7 reais a hora-aula, enquanto na rede particular,
há quem pague 50 a hora-aula.

- Tenho que fazer uma prova no final do ano,
para merecer aumento.

- Estamos em Março e ainda não recebi
os diários de classe! [recebido em 24/03/2010]

- Minha escola tem verbas cortadas

- Trabalho em salas de aula, que não
tem portas, e com mais de 40 alunos.


SIM!
ESTOU EM GREVE!

*EU E MAIS DE 40 mil dos 220 mil
servidores da Educação de SP e
não somos 1% como dizem os jornais.

PELA EDUCAÇÃO
DO MEU PAÍS
E DO MEU ESTADO!

Professor Marcos V. A. Steidle

sábado, 27 de março de 2010

RELATÓRIO DE AULA CAMPO NO CENTRO DE SÃO PAULO

Catedral da Sé

PUC-SP – ENSINO DE GEOGRAFIA 2010


DATA:13-03-2010


OBJETIVO



Este relatório objetiva um aprofundamento sobre as diversas leituras da paisagem do centro de São Paulo na delimitação e arredores do chamado “triângulo religioso”(Catedral da Sé, Mosteiro de São Bento e Igreja de São Francisco), atentando para seu dinamismo, produção e seus aspectos sociais e históricos que integram a vida na grande metrópole.





RELATÓRIO



Nossa aula começa às 9:00 horas da manhã do dia 13-03-2010, nas escadarias da Catedral da Sé sobre um dia de muito sol e sem nuvens. E desde já, podemos contemplar uma visão privilegiada do marco zero e seu entorno, observando os prédios e seus estilos arquitetônicos e temporalidades distintas, como o da Caixa Econômica Federal que advém de épocas onde o capital estadunidense começa a despontar na economia nacional. Contemplamos também uma visão artística da catedral gótica e sua entrada arqueada, de torres altas e pontiagudas que certamente advém de uma arquitetura importada da Europa medieval. Verificamos a função das pessoas e a territorialidade existente entre a praça e sua borda, onde daí temos os estudantes e turistas localizados entre o marco zero e a Igreja e os moradores de ruas e catadores de papeis e resíduos, na borda da praça e ruas próximas, deitados sobre uma sombra de árvore ou pedindo esmolas, fruto de políticas públicas desastrosas sobre as questões da pobreza e direito a cidade.

Ainda na Catedral elencamos a religiosidade e os aspectos da teologia da libertação sobre os movimentos sociais das décadas de 1960, 70 e 80. Os grandes comícios e encontros dos trabalhadores, que obtinham apoio da igreja para realizar protestos e reivindicarem melhores condições de trabalho. A figura de Dom. Evaristo Arns e Leonardo Boff é central na proliferação desta teologia que faz da Sé um marco político importante.

Continuando nossa aula e partindo em direção ao pátio do colégio, podemos ver a Casa Marquesa de Santos sendo restaurada, e concluímos que os investimentos contemplam somente a questão visual das fachadas, não havendo nenhuma preocupação com os moradores de rua que também fazem parte da paisagem e são ignorados pelo estado. Esta falta de políticas públicas se afirma quando avistamos um prédio desocupado, com as janelas até o segundo andar bloqueado por tijolos, e na frente deste, tem-se dois prédios antigos, de uma arquitetura detalhada e importada que abriga a secretaria da justiça. Uma imagem da real posição do estado e da justiça, que contempla uma visão em defesa da propriedade privada em detrimento dos direitos humanos e de moradia. Soubemos que em tempos atrás já houve tentativas de ocupação deste prédio para fins de habitação, lideradas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), uma tentativa reprimida com violência e abusos.

Seguindo a rota adentramos as 10:11 da manhã na região da Boa Vista e visualizamos uma paisagem de característica comercial e financeira (região de bancos). Antes da informatização essa era uma região que atraia os catadores e onde havia uma comercialização do lixo. Essa relação mudou com a chegada dos computadores e o comércio dos resíduos migra para a 25 de março, onde a atividade comercial com lojas e barracas trouxe uma nova revitalização desse comércio.

Às 10:45 da manhã chegamos à região do mercado municipal e avistamos o edifício São Vitor (treme-treme), que já foi o maior cortiço da América Latina, uma verdadeira cidade em uma única construção. Vários comércios e serviços eram realizados até a sua total desocupação. No mercado municipal também podemos refletir um pouco sobre os hábitos alimentares que habitam uma cidade cosmopolita como São Paulo, tendo uma grande quantidade de orientais que trabalham na comercialização de frutos mar e barracas de pastéis, uma das tradições culinárias que estão nas feiras de bairros distantes da periferia e vieram do oriente distante.

Após um breve lanche, partimos para o mosteiro de São Bento, onde podemos ver uma ordem que detém o poder econômico da igreja católica e uma relação muito próxima com as elites. O comércio ambulante toma conta do seu entorno, contrastando com um certo ar de pompa e glória desta ordem monástica, que por sinal é a mesma do atual papa Bento XVI. Nesta região ainda observamos a expansão da cidade com a construção do Viaduto do Chá, que levou os pobres a se distanciarem do centro e se estabelecerem no bairro de Campos Elíseos. Comparamos na seqüência as diferenças comerciais e de pessoas entre as ruas 25 de março e Florença, onde a primeira tem-se vários tipos de comércios que vai de brinquedos a bugigangas do Paraguai e China, e a segunda contempla lojas com ferramentas e muitos coreanos.

Por fim fechando o circuito religioso chegamos a Igreja de São Francisco na praça Paulo Duarte, e mais uma vez nos deparamos com uma grande quantidade de moradores de ruas, uma cena lamentável e triste, que nos faz refletir sobre a ordem religiosa dos franciscanos, a mais próxima dos podres e oprimidos. Ainda na região do lago, visualizamos as ostentosas arquiteturas da Faculdade de Direito e da Escola de Comércio, que nos faz pensar um pouco sobre a história do nosso país, a questão das grandes figuras e filhos dos latifundiários, que estudaram nesta faculdade e a relação da Escola de Comércio com uma crescente classe de comerciante que ganhava importância na cidade através a implementação dos bancos e casas de contabilidade.

Nossa aula campo termina no teatro municipal, uma magnífica obra, repleta de artes e histórias que marca uma territorialidade cultural no espaço urbano de São Paulo.





CONCLUSÃO



O estudo da paisagem do centro de São Paulo nos faz refletir sobre os diversos aspectos, integrando as leituras e diferentes disciplinas para o entendimento deste espaço geográfico. O “triangulo religioso” e os grandes monumentos e construções, ainda hoje, preservam uma idéia de espaço público, sendo esse o grande elo de proximidade com os moradores de rua e a pobreza.


Grevistas, Chavistas, Populistas, Sindicalistas etc...

Todos os dias a população é bombardeada com notícias que denigrem e manipulam as massas em detrimento de qualquer classe que lute por direitos e melhores condições de existência. Os termos já são muito conchecidos, podendo expressar todo os descaso com qualquer movimento popular. Palavras como, grevistas, populistas, sindicalistas e radicais, tem um novo significado quando este chega aos leitores de jornais de grande circulação.
O alvo da vez são os professores da rede pública de São Paulo. Somos os vagabundos, bandidos e preguiçosos. A grande mídia diz que nossos atos são movidos por uma opção política pardidária contrária a do PSDB, lideradas pelo Paulinho da força, CUT, UNE, MST e para dar um tom humorista podem até falar que somos chavista e bolivarianos.
É brincadeira não podemos mais aceitar isso, nossa luta é justa, somos sujeitos históricos e podemos atuar nessa mudança. A realidade não é Globo, Datena, Estadão etc... A sala de aula é triste e vergonhosa, famílias estão sendo destruidas, professores estão sendo alvejados pela violência. Nossa luta na verdade é fazer o país parar de sangrar.


Professor Thiago Neves

Tem sangue na bandeira do Brasil Tem sangue na bandeira do Brasil

Tem sangue na bandeira do Brasil

Sangue de Zumbi, Lampião e Conselheiro

Sangue do povo que construiu o pais

Mas herdou só o sofrimento

Sangue dos filhos da periferia

Sangue da pátria gentil homicida

Da pm, civil, do deputado, senador

Do presidente servil, mano pelo amor.

Tem dona Maria que lava o sangue da farda

tem gás lacrimogêneo na massa

Tiro, espancamento para o MST

Paulada, choque no povo no DP

A nação que sangra giz da mão do professor

É o tiro que ninguém dá no opressor

Tira onde na Oscar freire, Alphavile, Daslu

O sangue na viela, morreu 13 aqui na sul

Ande por ai, note a desigualdade

Tem sangue nas mãos de quem

Vota na maioridade

Em quem se fecha, lacra, cerca e higieniza

De quem luta pelo seu e vive na hipocrisia

Pais sem rumo, inviável, difícil missão

Tem sangue no oprimido, mas ta limpo

quem promove a opressão.


Ferréz

http://ferrez.blogspot.com/2010/03/tem-sangue-na-bandeira-do-brasil.html