sexta-feira, 10 de outubro de 2008

América Latina: Fim das Florestas


por Thiago Neves do Vale


Os governos do Norte global e as empresas transnacionais fazem da América Latina, uma peça chave em suas estratégias de lucro. A expansão dos mercados transformou a educação, serviços de saúde e a biodiversidade, em mercadorias excelentes para a acumulação de capital em médio prazo. As grandes corporações camuflam-se na imagem de defensoras do meio ambiente, apresentam selos de qualidade ambiental agregando valor nas mercadorias. E usam de propagandas que apresentam a população como a grande culpada pela desgraça ambiental do mundo dizendo que, o planeta não agüenta irresponsabilidades de cidadãos que praticam o descaso ambiental. Na verdade o planeta não agüenta também impunidade, fome, miséria, violência, pré-conceitos e guerras. Essas grandes empresas transnacionais fomentam a desgraça ambiental, culpam os cidadãos e tecem a teia da pobreza no mundo, sobre o slogan do progresso, democracia e liberdade. Com essa realidade podemos ser categóricos em dizer que, as florestas e toda a biodiversidade do mundo, estão com seus dias contados e isso é irreversível.

Porque há centenas de ONG s na Amazônia em comparação ao nordeste, que possui menos de uma dezena? Uma coisa é certa, a pobreza não interessa ao capital. E os movimentos sociais que lutam pelos desfavorecidos, são os novos terroristas que afrontam a democracia e a liberdade na América. Esses são cada vez mais criminalizados, os culpam de barrar o progresso que chega a Amazônia, através da extração vegetal, pecuária e agricultura, o ciclo econômico que devasta a vegetação. Contudo diversos conflitos explodem nessas regiões entre agricultores e indígenas, pela posse das terras. Os jornais exaltam as necessidades de um agricultor na região norte do Brasil e rotulam os grupos indígenas de (radicais não civilizados), por combaterem o progresso e a propriedade privada, sendo que a maioria das terras é adquirida através da grilagem.

As grandes corporações do agronenócio avançam sobre novas fronteiras nas regiões Norte e Nordeste, fazendo políticas regionais enquadrando o território em uma logística ideal para o escoamento da produção de grãos. Essas empresas globais possuem tanto poder político, que conseguem barrar a emenda constitucional que incluiria o Cerrado brasileiro no artigo 225, que considera “patrimônio nacional” a floresta Amazônica, a mata Atlântica, a serra do Mar e o Pantanal Mato-Grossense. Sendo que a bancada ruralista não permite que seja aprovada, pois considera o Cerrado uma extensão propicia a expansão agrícola. Essa é apenas uma visão do poder legislativo, tento também simpatia nas demais esferas do poder, judiciário e executivo. (Revista National Geographic, ed 103, outubro de 2008)

Devido a essa realidade, o pessimismo quanto ao prognóstico do futuro ambiental cresce. Não há atitudes que mexam com a raiz da catástrofe ambiental, tem-se somente transferência de responsabilidades. A culpa é dos “atos não civilizados” como, jogar lixo nas ruas. Contudo esquecem que esse fato acontece, por não haver nas periferias, obras de saneamento básico que atinjam as camadas populares desfavorecidas. A responsabilidade do problema ambiental passa a ser do pobre oprimido das favelas, que vivem esquecidas pelos governantes.

Diante desses fatos só nos resta torcer, para que as futuras gerações possam conhecer as florestas da América do Sul e suas maravilhas, pois muito em breve só saberemos dessas áreas através dos livros. A realidade é apocalíptica, o fim das matas é um processo sem volta.

Agricultura na Amazônia: Fim das Florestas






Expansão Agricola: Fim da Amazônia



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